6 de abril de 2010

Em ‘O Bruxo e o Rabugento’ sobram originalidade crítica e humor

Nos seis ensaios e um ‘breve epílogo’ de O Bruxo e o Rabugento, Luciano Oliveira estabelece paralelos entre dois escritores aparentemente divergentes: Machado de Assis e Graciliano Ramos. Para tanto, não lhe faltam recursos de análise crítica, muito menos uma abordagem que lhe é toda original, fruto direto de sua leveza na escrita e refinado humor.

Já no prefácio, assinado por Fernando da Mota Lima, é dada a deixa: “o leitor atento tem pronta ciência de que não lê um autor de estilo convencionalmente acadêmico. Pois o fato é que ele, dotado de virtudes literárias irreprimíveis, reveste com forma inventiva e singularmente sua os assuntos mais áridos catalogados nos escaninhos acadêmicos como sociologia do direito, ciência política, criminologia, jurisprudência e outras especialidades solenes”.

É assim que o cientista político Luciano Oliveira estabelece pontes entre o Bruxo do Cosme Velho e o Rabugento de Palmeira dos Índios, em que pese a conhecida resistência de Graciliano a Machado. E como quem não ri não pode mesmo ser tido como gente séria – retomando o prefaciador do livro –, cabe reiterar que Luciano é intelectual seríssimo. E desse modo deve-se apreciar esta sua mais nova produção editorial: saboreando a magia, e a nada rabugice, de sua escrita.

Fica a dica
O Bruxo e o Rabugento. Ensaios sobre Machado de Assis e Graciliano Ramos, de Luciano Oliveira. ISBN 978-85-88782-65-5; 160p.; Vieira & Lent: Rio de Janeiro, 2010; R$ 34,00

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