15 de março de 2010

Umberto Eco: ‘Eletrônicos duram 10 anos, livros, 5 séculos’

O jornal O Estado de São Paulo inaugurou cara nova neste fim de semana e a repaginação gráfica, agora realizada, rebate no editorial. Por exemplo, confere maior destaque às novas tecnologias da informação, como o reforço do portal do Estadão, onde foram ampliadas as ofertas de conteúdos em vídeos e áudio. Além disso, há links regulares das matérias impressas para o ambiente da web, no qual estas podem ser aprofundadas.

Interessante foi o recurso empregado no primeiro caderno de ontem (14/mar.), inaugurando a reforma: a primeira e a última páginas foram reproduzidas, como que ‘rebaixadas’ em sua impressão, a sugerir estarem sendo vistas sob uma transparência, na qual eram salientadas as modificações que o leitor passaria a ter contato e os novos recursos gráficos que elas proporcionam. Expediente bem engenhoso, que vale a pena conferir no exemplar impresso!

Na verdade, as mudanças começaram já no sábado (13/mar.), com a veiculação do novo e muito bem-vindo caderno ‘Sabático, Um tempo para a leitura’. Já com a cara nova que a edição dominical traria, publicou, entre outros textos interessantes, conto de Ronaldo Correia de Brito; comentário de Sérgio Augusto; matéria de Lúcia Guimarães sobre o positivo impacto que a crise econômica teve na gigantesca Biblioteca Pública de Nova York; texto delicioso de Daniel Piza sobre o ainda mais delicioso poeta Manoel de Barros; e um breve resgate do saudoso (para aqueles com mais idade...) ‘Suplemento Literário’, do mesmo Estadão, com a resenha de Antonio Candido de Grande Sertão: Veredas, da edição da então estreia desse suplemento (6/out./56).

Mas o destaque do ‘Sabático’ está na entrevista com o sempre imperdível Umberto Eco. Assinada por Ubiratan Brasil, ela parte do livro Não Contem com o Fim do Livro (Eco, J-P de Tonac & J-C Carrière, a ser lançado no Brasil pela Record), para discutir o velho amor pelas obras em papel desse ensaísta e escritor italiano. O também bibliófilo Eco, detentor de 50 mil títulos, é um claro defensor do suporte impresso: “O livro ainda é o meio mais fácil de transportar informação”.

É bem verdade que tal discussão Eco já travou anteriormente, como em ‘Muito além da internet’. Mas a graça dessa abordagem trazida no ‘Sabático’ está na maior informalidade que a entrevista proporciona, incluindo, neste caso, a ambientação que Ubiratan Brasil dá à conversa, conduzida no escritório-residência de Eco, em Milão: apartamento localizado defronte ao Castelo Sforzesco, em um andar onde antes existia um pequeno hotel. Hoje guarda, em seus enormes corredores, prateleiras repletas de livros e tem seus antigos quartos adaptados em escritórios, sala de jantar e estar, dormitórios...

Leia a íntegra da entrevista com Umberto Eco em
www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,eletronicos-duram-10-anos-livros--5-seculos--diz-umberto-eco,523700,0.htm
Foto de Eco (sem sua característica barba): Andrea Barbiroli/AE

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